quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Itália diz NÃO aos transgênicos


Abaixo, uma tradução livre do site Diario Del Web.
Um NÃO aos Ogms. É o que diz que a Confederação dos Agricultores Italianos no que se refere à notícia na qual a Comissão Européia teria uma proposta pronta para liberar o cultivo de 2 milhos transgênicos na Europa. A Confederação sublinha que é uma proposta inaceitável e que vai contra as mesmas expectativas dos consumidores europeus que em várias ocasiões se expressam contra as culturas biotecnológicas.
Notando que esta decisão é para confundir os agricultores e consumidores, a Confederação reafirma que os Ogms não servem à agricultura e que én ecessário proteger e valorizar a qualidade agroalimentar da Itália.Uma indústria agroalimentar que tem na agricultura diversificada, típica e fortemente ligada ao território, a sua espinha dorsal.
A Confederação, por isso, apela ao governo italiano de empenhar-se, na sede da UE, para evitar que a proposta da Comissão de Bruxelas passe e represente um precedente perigoso.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Mais um estudo comprova a contaminação do milho criolo no México

Abaixo, a tradução livre do artigo de Joëlle Stolz, publicado no Jornal Le Monde de hoje, sobre a contaminação do centro de origem do milho com os transgênicos.
milho crioloA biosegurança do milho no México está em alerta. Um estudo molecular feito por pesquisadores mexicanos, americanos e holandeses demonstrou a presença de genes provenientes de organismos geneticamente modificados (OGM) entre as variedades de milho tradicionais cultivadas na região de Oaxaca, no sul do país. Deve-se lembrar que o governo mexicano manteve até agora uma moratária sobre a utilização de sementes transgênicas.
Durante o Conselho europeu de 4 de dezembro, os ministros do mei ambiente fixaram 5 ações para controlar os OGM. As ações visavam reforçar a avaliação dos impactos ambientais e sociais econômicos dessas culturas, melhorar a perícia associada aos Estados membros e à Autoridade Européia da Segurança dos Alimentos (AESA). Além de, fixar a presença dos OGM, para garantir "uma real livre escolha entre as sementes OGM, convencionais e biológicas", permitindo a definição de zonas sensíveis ou de culturas orgânicas excluídas dos transgênicos. A França considera uma separação de 50 metros para isolar as parcelas de OGM.
Os resultados deste estudo leva os pesquisadores a questionarem medidas de segurança bem mais restritivas, o tipo de agricultura mais tradicional praticada no México -  onde a polinização do milho é feita pelo vento, e onde os agricultores têm o costume de trocar suas sementes - parece agravar os riscos de uma contaminação rápida pelos OGM.
O artigo que publicará em detalhes as conclusões sairá no próximo número da revista Molecular Ecology. Foi redigido por Elena Alvarez-Buylla, do Instituto de Ecologia da Universidade Nacional Autônoma do México, a UNAM, com a colaboração de uma dezena de outros pesquisadores.
Este trabalho pode relançar a polêmica causada em 2001 por um artigo publicado na revista Nature, onde os autores, os biólogos David Quist e Ignacio Chapela, da Universidade de Berkeley na Califórnia, revelou que o milho criolo (tradicional) da região de Oaxaca, um dos centros de origem deste cereal, estavamcontaminados pelos genes Roundup Ready e Bt, propriedades da firma americana Monsanto.
Na sua obra, O Mundo Segundo Monsanto (Ed. Radical Livros), Marie-Monique Robin conta sobre a armação que M. Chapela foi vítima, graças a empresa dominante no mercado dos trasgênicos. Nature publicou uma retratação, dizendo que o artigo dos dois biólogos era insuficientemente apoiado.
Sete anos mais tarde, o trabalho dirigido por Elena Alvarez-Buylla confirma as conclusões do trabalho anterior, conforme um relatório publicado na Nature em 13 de novembro. Os pesquisadores descobriram os transgenes em 3 dos 23 campos da serra norte de Oaxaca, onde as amostras tinham sido tirados em 2001.
A americana Allison Snow, da Universidade da Califórnia, autora de um estudo preliminar, em 2005, que parecia invalidar as descobertas de Ignacio Chapela e David Quist (e havia sido também explorada pelos partidários dos OGM), publica no mesmo número da Molecular Ecology um nota complementária elogiando, onde ela julga que a análise molecular conduzida pela equipe da UNAM é "muito boa" e coloca em evidência "os sinais positivos dos transgenes".
"Faz 2 anos que estamos batalhando para publicar os resultados denosso estudo", declara Elena Alvarez-Buylla. "Nunca eu tinha encontrado tantas dificuldades no curso de minha carreira! Estão tentando frear a difusão desses dados científicos". O biólogo José Sarukhan, pesquisador da UNAM e membro da Acadêmia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, tinha recomendado o artigo para a revista desta instituição. Este foi rejeitado em março, pelo motivo de que ele poderia provocar "a atenção excessiva da imprensa, por razões políticas no tema ambiental"...
Como, apesar da moratória, os transgenes dos OGM emigraram até o final das montanhas de Oaxaca, mas também no Estado de Sinaloa, o maior produtor de milho para consumo humano, no Norte, ou à Milpa Alta, um distrito da periferia do México? Eles são encontrados em 1% dos terrenos analisados, o que é muito no contexto mexicano, onde 75% do milho plantado vêm de grãos selecionados pelos próprios agricultores.
A primeira hipótese é que certos agricultores tenham importado ilegalmente sementes transgênicas. Fortes suspeitas pesam também na empresa da Pionner, grande provedora de sementes de milho híbridas, compradas pelo México dos Estados Unidos e distribuídas aos pequenos agricultores através de programas de ajuda governamentais.
Mas dados preliminares indicam que um terço das sementes Pioneer está contaminado pelos OGM, e a Monsato conseguiu impedir qualquer tipo de rotulagem para distinguí-las na venda.
Os autores do estudo pedem que as "medidas de segurança" sejam reforçadas para preserva as espécies nativas do milho, sobretudo no México, seu "centro de origem". É necessário deixar os laboratórios realmente independentes, e adaptar os critérios de análise molecular à realidade mexicana, ao invés de se fixar "nos métodos utilizados nos países como os Estados Unidos, que têm um sistema agrícola bem diferente do nosso".
Mas a principal preocupação dos pesquisadores hoje, consiste nos projetos das empresas farmacéuticas, que querem rentabilizar a biomassa do milho, e a utilizar como um bioreator para as vacinas e anticoagulantes. "Em função dos incidentes que já aconteceram nos Estados Unidos, onde eles tiveram dificuldade em separar estes bioreatores dos OGM, nós tememos que o milho se transforme em lixo da indústria farmacêutica, em detimento de sua vocação alimentar", avisa Elena Alavrez-Buylla. "O que faremos quando os anticoagulantes chegarem às tortillas dos mexicanos?"
Fonte: Le Monde

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

CTNBio aprova o milho Herculex, parceria da DuPont com a Dow AgroSciences

O milho transgênico Herculex, da DuPont e Dow AgroSciences Industrial, foi aprovado hoje pela CTNBio. Foram 16 votos a favor contra 5 votos. Agora são 6 as variedades de milho geneticamente modificados, 1 de soja e 3 de algodão. O milho aprovado é tolerante ao glufosinato de amônio e é resistente a insetos.
O Glufosinato de amônio é um herbicida aplicado na pós-emergência das plantas infestantes, também é um regulador de crescimento.

A Bayer e a Monsanto já tiveram variedades aprovadas ano passado. Além dessas empresas, a Syngenta também já teve uma variedade aprovada. Essas variedades aprovadas já foram multiplicadas para o plantio na safra de 2008/09.

Não podemos esquecer que o milho tem a polinização cruzada, isto é, o pólen de uma planta fecunda o estigma de outra planta. Assim, o milhoconvencional (ou orgânico) é facilmente contaminado pelo milho transgênico. Na soja isso é diferente, ocorre a autopolinização, onde o pólen de uma planta fecunda o estigma da mesma planta. Essa diferença de polinização entre as plantas ocorre por vários motivos, dentre eles o formato da flor.

Fonte: Reuters

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Le Monde Selon Monsanto - Debate e apresentação do documentário em São Paulo

Para quem não pôde ir ao debate farei aqui um repasse do evento. Fez parte da mesa do debate o Rafael, do Greenpeace, a Professora Dra. Larissa Mies Bombardi e um representante do MST.
Primeiramente houve a apresentação do documentário, muito bem feito e com diversos testemunhos inacreditáveis. Vale realmente a pena assistir (O Mundo Segundo Monsanto, em inglês). No mesmo dia houve o lançamento do livro, em português.
marie-monique robinApós a exibição do documentário houve um debate com a presença da autora, Marie-Monique Robin. O debate foi interessantíssimo e muito rico. Ela contou que fez o documentário sobre a Monsanto por que em todo lugar que ela ia (para fazer um outro documentário) as pessoas falavam sobre a empresa e sugeriam que ela fizesse um documentário.
Ao pesquisar mais sobre a Monsanto ela encontrou dados de que a empresa é produtora de 90% dos transgênicos do mundo e é a maior empresa produtora de sementes, não só as transgênicas (ogm) mas também as convencionais.
Antes da pesquisa ela disse que era uma vítima da desinformação, mesmo sendo filha de produtores e com um irmão engenheiro agrônomo. Quando perguntava para o irmão sobre transgênicos, a resposta que recebia era que "1 gene a mais, 1 gene a menos não faria diferença". Hoje, disse a autora, o irmão mudou de opinião.
Quando o assunto se voltou para a Equivalência Substancial, depois de ter visto o documentário e lido o livro, vê-se claramente que foi uma decisão política, para que não houvesse necessidade de estudos sobre os GMOs. A equivalência substancial é um princípio de que os transgênicos não diferem ou têm diferenças insignificantes (Pg 162 do livro: "Na maioria dos casos, as substâncias que se espera tornarem-se componentes de alimentos como resultado da modificação genética serão as mesmas ou substancialmente similares a substâncias comumente encontradas em alimentos). Assim, assume-se que não há diferenças significativas que exijam estudos.
o que será do mundoNo início a autora tinha medo de ser processada para se prevenir, cada palavra do livro e do documentário foram analisadas pelo melhor advogado de Paris. Além disso, quem faz as afirmações são pessoas próximas da própria empresa, e não ela, e são comprovadas.
Um coisa interessante foi que o filme estava legendado em português, porém, não era o filme oficial. O documentario foi traduzido para o inglês, francês e alemão, oficialmente. Ele ainda não foi traduzido para espanhol e português porque a Marie-Monique Robin disse não haver encontrado um empresa séria na qual ela pudesse confiar aqui na América Latina. O medo dela é que a Monsanto compre essa empresa e detenha os direitos autorais, retirando do mercado o filme. Assim, o filme apresentado foi uma cópia pirata! e ela mesma disse isso. O filme passou numa TV francesa, e mesmo assim, vendeu milhares de cópias... o que é uma coisa inédita para um filme que passa pela TV. As pessoas quiseram tê-lo como um documento.

Quando a empresa e as pessoas envolvidas são questionadas sobre o documentário a resposta é: "No comments". Ou seja, quem cala consente!
No fim, a autora sugere que sejam feitos estudos sobre as consequências da manipulação dos genes.
Segundo Marie-Monique, não se trata de uma conspiração global, mas sim, de DESINFORMAÇÃO. As informações, os estudos, os documentos estão todos na net... procura quem quer, se informa quem quer (às vezes, é muito cômodo se manter na ignorância e não tomar conhecimento do que está ocorrendo e de como lutar contra isso).
o poder do consumidor
É possível mudarmos o rumo para o qual os transgênicos estão nos levando. Os consumidores têm o poder. Faça uso do seu. Rejeite produtos geneticamente modificados. Compre produtos orgânicos e se possível do local.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Aprovada a importação de soja da Monsanto pela Comissão Européia

A Comissão Européia aprovou, dia 04/12, a importação de soja produzida com a semente geneticamente modificada Roundup Ready 2, desenvolvida pela Monsanto.
monsanto logo
Em 10 anos, a soja poderá ser vendida em todos os 27 países-membros da União Européia, anunciou em Bruxelas nesta quinta-feira (04/12) o órgão executivo do bloco.



quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O Mundo Segundo Monsanto (Le Monde Selon Monsanto)

É segunda-feira próxima o lançamento da versão em português do livro Le Monde Selon Monsanto. Haverá a exibição do documentário legendado, seguido de debate com a autora do livro. 
Vai ser em São Paulo, no anfiteatro da Geografia na USP. A entrada é gratuita.

Não dá para perder! Divulgue!!

Maiores detalhes em: Outra Agricultura

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A Espanha é dos transgenicos

europa sem ogm"A Comissão do Meio Ambiente, Agricultura e Pescas do Congresso do estado espanhol rejeitou dia 26/11 uma moção que visava iniciar os procedimentos para tornar a Espanha um território livre de transgénicos. A Espanha é o principal produtor de transgénicos na Europa, com mais de 80 mil hectares oficialmente cultivados. A iniciativa apresentada pelo Grupo Parlamentar Esquerra Republicana-Izquierda Unida-Iniciativa per Catalunya Verds defendia que a Espanha deveria optar por uma política de produção agrícola de qualidade, a qual é posta em causa por uma coexistência impossível entre cultivos de organismos geneticamente modificados (OGM) e cultivos convencionais ou ecológicos."
Sete países europeus rejeitam os transgênicos.
Fonte: Gaia.org