terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Arroz Transgênico - Audiência pública dia 18/03

O arroz é um dos alimentos mais consumido pelos brasileiros, e agora querem nos contaminar com arroz transgênico. A audiência pública será realizada no dia 18 de março, das 9h às 13h, no auditório Freitas Nobre, no Congresso Nacional, em Brasília, DF. A audiência foi marcada na primeira reunião do ano, caracterizada com um circo, que pretende facilitar a aprovação de novos transgênicos.

Os transgênicos estão cada vez mais se aproximando do nosso prato. Para evitarmos que isso ocorra temos que nos manisfestar. Abaixo, estão telefones e emails de atendimento ao consumidor e um email exemplo para envio. Faça a sua parte, diga NÃO aos transgênicos!

Arroz Blue Ville
http://www.blueville.com.br/outras/sas.asp
0800 9796122

Arroz Camil
0800 531800
http://www.josapar.com.br/faleConosco.asp?link=6
camil@camil.com.br

Arroz Namorado
0800 707 5310
http://www.namorado.com.br/site/content/fale/default.asp

Arroz Prato Fino
0800 644 7434
sac@pirahy.ind.br
http://www.pratofino.com.br/contato/contato.php



"Bom dia,
sou consumidor do arroz X há anos, assim como toda a minha família.
Gostaria de saber se vocês pretendem utilizar o arroz transgênico?
Não quero consumir transgênicos e peço para que eu possa continuar com a tradição de comer o arroz X, que não utilizem o arroz transgênico (LL62, da Bayer) que está sendo analisado pela CTNBio.
Agradeço a atenção.
No aguardo de uma resposta."

ATUALIZAÇÃO:

Outras fábricas (dica de Marcelo Venturi):
Arroz Fumacense
kiarroz@kiarroz.com.br
http://www.kiarroz.com.br/
(48) 3434 8888

Arroz Campeiro
campeiro@campeiroalimentos.com.br
http://www.campeiroalimentos.com.br/?q=atendimento
(48) 3631-8000 

Cidadãos europeus têm o direito de conhecer o local de cultivo de transgênicos

Uma decisão da Corte de Justiça Européia deu o direito ao cidadão europeu de conhecer o local e as dimensões dos terrenos cultivados com OGM na Europa.
A discussão sobre a transparência das informações públicas começou com um cidadão francês, Pierre Azelvandre, que foi às autoridades de Sausheim em Alta Alsazia pedindo informações sobre o plantio de transgênicos na região. Com a recusa das autoridades em tornar púlbico o mapa dos OGM, Azevandre foi até a Corte de Justiça da União Européia, que declarou "as informações relativas ao local do plantio de transgênicos em nenhum caso poderá permanecer em sigilo".

Tradução livre de: Ambientenergia

Para saber mais Cidadãos com direito legal a saber onde estão os campos transgênicos - GAIA

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Transgênicos contaminam Orgânicos na Bélgica

Em artigo do Le Monde, a organização belga de defesa dos consumidores Test-Achats detectou traços de organimos geneticamente modificados (OGM) em 22 dos 113 produtos alimentícios testados recentemente, em uma vasta pesquisa sobre a qualidade da alimentação. Alguns desses produtos eram orgânicos. Em 2003, uma pesquisa semelhante não detectou nenhum com OGM.
Segundo a organização, 12 produtos testados continham milho e soja com traços de OGM, porém, inferiores ao limite europeu autorizado, de 0,9%, podendo ser resultado de uma contaminação "acidental".
Sete outros produtos continham traços de OGM não autorizados pela União Européia. Sua quantidade, mínina, não é o problema, mas sua natureza sim, já que eles não estão em conformidade com a regulamentação comunitária.
Além disso, 2 produtos biológicos (orgânicos) apresentaram OGMs autorizados e um produtos biológico continha mais de 0,9% não mencionado na etiqueta. Esses produtos apresentados como "sem OGM" não oferecem nenhuma garantia quanto à uma contaminação involuntária.


Partidária de uma linha "dura", a organização Test-Achats é contraria às mudanças de 1º de janeiro de 2009 na legislação européia, que prevê que uma presença "imprevisível ou tecnicamente inevitável" de OGM nos alimentos orgânicos não deve nem constar na etiqueta desde que 0,9% seja atendido...
No geral, estimam os autores da enquete, os "produtos OGM não serão por muito tempo raridade" no mercado belga, a menos que seja adotada uma legislação bem severa. Em junho de 2008, esta região promoveu uma agricultura "de qualidade, orgânica e tradicional", quaisquer que sejam as regras nacionais ou européias, o governo regional vai contra ao "ultra-liberalismo" da Comissão de Bruxelas e à sua "intransigência" frente aos países que se declaram adversários dos OGM.

Para ler o artigo completo: En Belgique, des traces d'OGM dans des assiettes bio

Empresas de Biotech impedem pesquisas independentes

De acordo com artigo do New York Times do dia 19/02/09, "Nenhuma pesquisa independente pode ser legalmente feita por várias questões críticas", disseram os cientistas em um relatório submetido para a Agência de Proteção Ambiental (EPA, em inglês).
Além disso, os pesquisadores dizem que o problema é que os produtores e outros compradores das sementes geneticamente modificadas têm que assinar um contrato com o objetivo de assegurar os direitos às patentes e regulações ambientais. Mas os contratos também proibem o uso das culturas GM para propósitos de pesquisa. 
Assim, enquanto cientistas das universidades podem normalmente comprar agrotóxicos ou sementesconvencionais para suas pesquisas, isso não pode ser feito com sementes geneticamente modificadas. Ao invés disso, eles devem pedir permissão para as empresas produtoras das sementes. E, algumas vezes, a permissão é negada ou a empresa insiste em rever o artigo antes de ser publicado.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Comissão Européia não conseguiu a entrada de transgênicos na França e Grécia

Mais uma vez estão a forçar a entrada de transgênicos na europa.
Desta vez, a Comissão Europeia não conseguiu os votos necessários para forçar a França e a Grécia a autorizar a entrada do milho transgênico da empresa norte-americana Monsanto.
Na votação, dos 27 países representados, 9 apoiaram a Comissão, com 123 votos; 16 países, totalizando 190 votos, foram contra ou se abstiveram.
Os peritos dos países da União Europeia reunidos no Comité permanente da cadeia alimentar e saúde animal “não conseguiram uma maioria qualificada a favor ou contra os pedidos feitos à França e à Grécia para levantar as medidas de emergência” que impedem a plantação desse milho OGM, confirmou a Comissão em comunicado.
Para saber leia a notícia completa em Público.PT, "Bloqueio na votação em Bruxelas mantém impasse sobre OGMs na França e Grécia."

sábado, 14 de fevereiro de 2009

1 ano de Transgênicos Não! - Agora com novo layout

O blog Transgênicos Não está quase completando 1 ano (março de 2009). Como prévia comemoração, mudamos o layout!
Após vários testes e vários códigos html  modificados chegamos ao que é a nova cara do blog, esperamos que você goste. Procuramos dar uma maior usabilidade aos links e facilitar a navegação pelo blog. Dicas ou sugestões, entre em contato.
Agradecemos aos usuários que nesse primeiro ano ajudaram o crescimento do blog, seja com visitas ou com comentários e sugestões. Sua participação é muito importante para nós.
Um abraço,
Transgênicos Não!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Nova Polêmica na FR em torno do Milho Transgênico MON 810

milho ogm


Um relatório da Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Alimentos (AFSSA) publicado hoje pelo jornal "Le Figaro" afirma que o milho geneticamente modificado produzido pela firma americana Monsanto, cujo cultivo está suspenso na França há um ano, não é perigoso para a saúde.
O Governo da França proibiu o cultivo do milho transgênico MON 810 depois de um estudo que focava sobretudo os impactos ambientais. Já este estudo da AFSSA se baseou no quesito saúde.


Milho transgênico permanece proibido
O primeiro-ministro francês François Fillon, afirmou que continuará proibido o cultivo de milho transgênico MON 810 para evitar risco ambiental. O anúncio foi feito após a publicação pelo jornal Le Figaro.
Interrogado sobre o encontro à Bruxelas, dia 16, Fillon observou que o relatório da AFSSA não muda a direção do governo. Isto, diz Fillo, informa que o milho MON810 nao é perigoso para a saúde mas a escolha de proibí-lo foi tomada pelo governo "com relação aos potenciais riscos ambientais". Há também o risco de "disseminação" das sementes ogm para outros campos, risco que o relatório da AFSSA não pôde dispensar.
As conclusões da AFSSA, diz Fillon, "não se rementem às nossas preocupações sobre o tema da disseminação e, portanto, manteremos a decisão de proibição adotada em 2008".

Fonte: G1 e Virgilio Notizie
Tradução da figura: OGM eu não quero.

Análise dos pontos cruciais de "O Mundo Segundo Monsanto"

Abaixo um artigo sobre o livro de Marie-Monique Robin, O Mundo Segundo Monsanto. O artigo foi inicialmente, publicado na página: www.iserassessoria.org.br
O autor é Ivo Lesbaupin, doutor em Sociologia pela Université de Toulouse-Le-Mirail, da França, professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro, se graduou em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia.
O documento traz e analisa vários pontos cruciais do livro. Ótimo para quem ainda não leu e ver o que está perdendo.
"Este livro escrito pela jornalista Marie-Monique Robin, recentemente traduzido no Brasil, é o resultado de três anos de pesquisa em vários países. Ele foi precedido por um documentário para o canal franco-alemão Arte. E as revelações são surpreendentes. A meu ver, é um livro de leitura obrigatória. Vou resumir as conclusões que me parecem mais graves.
1. Contrariamente à afirmação divulgada pela Monsanto, de que não há estudos conclusivos, está provado: os transgênicos fazem realmente mal à saúde. Várias pesquisas já o comprovaram.
2. Por que jamais chegam a nosso conhecimento as pesquisas sobre os transgênicos? Porque a Monsanto persegue os cientistas que as fazem - em qualquer lugar do mundo. O livro cita vários casos em que cientistas e suas equipes perderam seus postos, tiveram o financiamento de suas pesquisas suspenso e foram difamados em público. Isto ocorreu não só nos EUA, mas na Inglaterra e na Itália também. A Monsanto impede que o resultado de suas pesquisas seja publicado em revistas científicas e pagam outros cientistas para publicar artigos desmoralizando as pesquisas cujos resultados sobre os transgênicos sejam negativos (no sentido de que produzem efeitos nocivos no organismo humano).
O cientista de origem húngara Arpad Pusztai, pesquisador renomado em um instituto inglês, Rowett, desenvolveu uma pesquisa sobre o impacto dos transgênicos sobre a saúde humana. Ele fez parte de uma equipe de cerca de trinta pesquisadores que, no início, eram entusiastas da biotecnologia. Em sua experiência, ratos que se alimentaram com batatas transgênicas tiveram cérebro, fígado e testículos menos desenvolvidos que os ratos que se alimentaram com batatas comuns. Em um programa de TV da BBC em 1998, o cientista alertou que, antes de serem lançados no mercado britânico, os transgênicos deveriam ser mais pesquisados. Dois dias depois da entrevista, o cientista foi demitido do Instituto Rowett e a equipe de pesquisa foi dissolvida. Ele foi proibido de dar entrevistas. Enquanto isso, o diretor do Instituto, cientistas da Monsanto e conselheiros científicos do governo (Blair) difamaram publicamente o cientista e sua pesquisa...

Para assistir ao documentário com legendas em português, acesse: O Mundo Segundo Monsanto.



Arpad Pusztai só foi salvo porque a Câmara dos Comuns decidiu ouvi-lo. Ele, então, enviou sua pesquisa a vinte cientistas reconhecidos de outros países para poderem avaliá-la. A conclusão destes cientistas foi amplamente favorável aos resultados obtidos por Pusztai e contrária ao que foi publicado por seus detratores. Graças a isso, na ocasião, os transgênicos não puderam entrar na Inglaterra.
Outro caso semelhante se deu na Itália: a pesquisadora Manuela Malatesta perdeu o posto que tinha na Universidade Urbino, assim como seu laboratório e sua equipe, porque chegou a conclusões preocupantes sobre a soja transgênica: os ratos alimentados com o transgênico tiveram prejuízo no fígado, no pâncreas e nos testículos, em comparação com aqueles que receberam alimento comum. Mais: ela afirmou que não se consegue recursos para fazer pesquisa sobre os transgênicos – a razão alegada pelas instituições para a recusa de recursos é que, supostamente, segundo a literatura científica, nada prova que os transgênicos provoquem problemas, portanto, não vale a pena pesquisar sobre eles.
Se, em épocas revolutas, o obscurantismo e o dogmatismo impediram o avanço da ciência, estamos claramente diante de um caso em que, ao final do século XX e início do XXI, para defender seus interesses comerciais, uma empresa multinacional bloqueia a pesquisa científica. Mais que isso: esta empresa investe na destruição do trabalho e da reputação de cientistas que chegam a conclusões que possam prejudicar seus interesses. Quanto a suas próprias pesquisas sobre os transgênicos, a empresa só divulga suas conclusões (sempre positivas) e não disponibiliza os dados brutos para outros cientistas, sob pretexto de “segredo comercial”. Mesmo assim, numa destas conclusões, a Monsanto afirma haver constatado diferenças no fígado, nos testículos e nos rins (dos ratos), mas que não atribui tais diferenças à manipulação genética...
Não só os cientistas têm suas pesquisas bloqueadas e seus relatórios não conseguem ser publicados. Jornalistas que fazem reportagens que possam comprometer algumas afirmações da Monsanto sofrem pressão das direções de seus órgãos de comunicação, por exigência da multinacional: um destes casos é relatado em detalhes no livro e os jornalistas acabaram perdendo seu emprego, além de sofrer processo, calúnia e difamação.
3. Nos EUA, a Monsanto conseguiu impedir a rotulagem de produtos que contêm transgênicos, sob a alegação de que esta medida seria discriminatória em favor dos outros produtos. Os produtores de alimentos não transgênicos não podem igualmente explicitar no rótulo de seus produtos que eles não têm transgênicos. Em outras palavras: os habitantes deste país não têm o poder de escolher o tipo de alimentos que querem consumir porque não podem saber se eles contêm ou não transgênicos.
Por que esta preocupação da Monsanto em não permitir a rotulagem de seus produtos? Porque, segundo especialistas, suas vendas cairiam em pelo menos 50%: qual o consumidor que, tendo à escolha, alimentos sem transgênicos e alimentos transgênicos (ou contendo transgênicos), vai escolher aqueles sobre os quais pairam sérias dúvidas?
Como a Monsanto conseguiu este feito? Primeiro, ela conseguiu colocar na agência governamental que fiscaliza alimentos e medicamentos, a FDA (Food and Drug Administration) cientistas e advogados que já trabalharam para a Monsanto. O livro cita o nome dos especialistas que ajudaram a elaborar uma diretiva da FDA que afirma a inocuidade dos transgênicos. A regulamentação publicada pela FDA em 1992 afirma a “equivalência em substância” entre as plantas geneticamente modificadas e os alimentos naturais: “seus componentes são os mesmos ou similares em substância àqueles que encontramos comumente nos alimentos”. Se é assim, não há com que se preocupar. Mais: a FDA permitiu que os transgênicos sejam comercializados sem uma avaliação toxicológica preliminar. Estes alimentos foram considerados como “geralmente reconhecidos como seguros” e não como “aditivos alimentares”. Os aditivos alimentares - um conservante ou um colorante, por exemplo - têm obrigatoriamente de ser submetidos a testes para provar que não são prejudiciais à saúde humana, antes de ser comercializados. Já os transgênicos puderam, graças àquele estratagema, escapar desta obrigação.
Cabe observar que vários cientistas da FDA, consultados internamente, exprimiram sérias inquietações quanto às conseqüências dos transgênicos sobre a saúde humana. A diretiva final, porém, não levou estas opiniões em conta.
A presença de gente da Monsanto entre as autoridades não se resume à FDA: em alguns cargos do governo George W. Bush, o ministro da Justiça, o secretário da Saúde, a secretária de Agricultura, o secretário da Defesa, e um membro da Suprema Corte, tinham sido financiados pela Monsanto ou tinham pertencido à Monsanto ou a uma de suas filiais. Vice-versa, pessoas que tinham sido do governo anterior estavam agora trabalhando em altos cargos da Monsanto.
A empresa consegue se infiltrar inclusive em organismos da ONU como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura). E consegue que estas organizações emitam um texto em 1990 – quando não havia ainda nenhum transgênico no mercado – que deixa livre o caminho para a comercialização (futura) dos transgênicos. Em um documento publicitário da soja Roundup de 1998, a Monsanto afirma que o conceito de “equivalência em substância” foi estabelecido no início dos anos 1990 pela FAO, pela OMS e pela OCDE. Traduzindo: não há com que se preocupar, os transgênicos – segundo estas instituições internacionais – não fazem mal à saúde, podem ser consumidos à vontade.
No Canadá, o órgão correspondente à FDA dos Estados Unidos é a Health Canada. Para introduzir o hormônio transgênico que a Monsanto fabricou para as vacas produzirem mais leite, a autorização dependia desta instituição. Três cientistas da Health Canadá levantaram questões a respeito das conseqüências negativas para as vacas e também para o leite. Revelou-se também uma tentativa de corrupção por parte da Monsanto, na qual foram oferecidos entre um e dois milhões de dólares para a instituição liberar o transgênico. Depois da análise por parte de uma Comissão do Parlamento canadense, em que aqueles cientistas foram ouvidos, o hormônio transgênico acabou não sendo aceito no Canadá. Mas, em conseqüência de sua tomada de posição, por incrível que pareça, os três foram exonerados da instituição. É preciso observar que vários produtores de leite experimentaram o tal hormônio em algumas de suas vacas e as conseqüências foram sérias: as vacas passaram a emagrecer, a ter doenças nas tetas – o que exigia a utilização de antibióticos (que, logicamente, passaram para o leite) -, e a ter dificuldade de procriar (ou simplesmente não procriaram mais). Uma pesquisa da própria Monsanto também verificou tais resultados em uma parte das vacas que receberam o hormônio transgênico, mas a empresa nunca publicou esta pesquisa e nunca divulgou a possibilidade de efeitos negativos do seu hormônio transgênico, ao contrário. A divulgação da pesquisa foi resultado de um vazamento.
4. Qual o objetivo da empresa Monsanto com tudo isso?
O lucro, em primeiro lugar.
De que forma?
Conseguindo que os agricultores sejam obrigados a usar suas sementes e seus herbicidas. A natureza não precisa ser paga por gerar novas sementes, que podem ser utilizadas pelo agricultor. Mas a Monsanto não permite a utilização das sementes produzidas pela plantação de alimentos transgênicos, o agricultor tem de comprar novamente as sementes fabricadas pela Monsanto. Ao comprar pela primeira vez sementes da Monsanto, o agricultor tem de assinar um termo em que concorda com esta exigência. Se ele não cumpre, se por acaso usa as sementes que nascem de sua plantação para nova semeadura, é processado pelo batalhão de advogados da empresa e é obrigado a pagar. Nos EUA, agricultores que não aceitaram isso se viram arruinados em razão do processo que tiveram que enfrentar.
Além disso, à medida que as sementes de transgênicos são plantadas, o processo natural espalha as sementes nos campos vizinhos, os transgênicos vão se proliferando e contaminam as outras áreas. Técnicos da Monsanto vão a estes outros agricultores, investigam seus campos e os obrigam a pagar pelas sementes que eles não plantaram mas que se encontram em suas terras.
A conseqüência mais grave, para a agricultura e para a humanidade, é que, nas terras onde se planta uma vez transgênico, em seguida não se consegue plantar sementes orgânicas. A terra fica viciada. Isto torna os agricultores (e o país) dependentes da empresa que fabrica os transgênicos, a Monsanto.
Mas como é que a Monsanto consegue convencer os agricultores a comprar, pela primeira vez, um produto transgênico? Simples: ela mostra que o agricultor gastará muito menos em agrotóxicos. Plantando soja transgênica, por exemplo, basta usar o herbicida transgênico fabricado pela Monsanto, pois ele mata todas as ervas (daninhas ou não), menos a soja (que, geneticamente modificada pela Monsanto, resiste a este agrotóxico). Como diz a autora do livro, isto só é verdade para os primeiros dois anos de plantação. A partir do terceiro ano, novas ervas ficam resistentes ao herbicida e o agricultor passa a ter de usar 3 a 4 vezes mais herbicida que antes. Passa, portanto, a gastar muito mais que antes, além de ter de comprar, todo ano, as sementes da Monsanto.
A Monsanto quer obter o controle da agricultura mundial, através da patente da semente: fazendo com que todos tenham de pagar a ela, Monsanto. A Monsanto controla 90% das sementes transgênicas no mundo. Em 2007, as culturas transgênicas cobriam 100 milhões de hectares: mais da metade se situavam nos EUA, seguidos por Argentina, Brasil, Canadá, Índia, China, Paraguai e África do Sul. E 70% dos transgênicos vendidos eram resistentes ao Roundup, o principal herbicida produzido pela Monsanto.
5. Apesar do imenso poder demonstrado pela Monsanto, já houve algumas vitórias importantes.
No Canadá, praticamente não há mais canola (colza) que não seja transgênica. No entanto, além do hormônio transgênico para vacas, conseguiu-se barrar a introdução do trigo transgênico. Como 80% do trigo é exportado, para a Europa e para o Japão, estes países explicitaram aos produtores canadenses que não comprariam mais o seu trigo se ele fosse transgênico. Este foi o argumento determinante.
Graças, em boa parte, à campanha de várias organizações de camponeses e do Greenpeace, as sementes transgênicas tiveram sua entrada barrada na Europa (à exceção da Espanha). A opinião pública foi particularmente alertada por causa do escândalo da “vaca louca”. E passou a pressionar mais diretamente os governos e os órgãos públicos responsáveis pela fiscalização dos alimentos.
A tecnologia Terminator – que geraria sementes estéreis –, outro produto da Monsanto, foi denunciada publicamente como um risco para a agricultura, pois poderia contaminar as sementes orgânicas, que se tornariam também estéreis. A empresa teve de desistir de produzi-la.
No Brasil, embora o governo Lula tenha liberado a soja e o milho transgênicos, o estado do Paraná proíbe a plantação de transgênicos.
consumo conscienteO livro de Marie-Monique Robin, até dezembro de 2008, tinha sido traduzido em 20 países, cem mil exemplares haviam sido vendidos na França e o documentário tinha sido exibido em 13 países.
Uma última observação: segundo a própria autora, que esteve no Brasil em dezembro para divulgar o livro, boa parte do que é denunciado ali se encontra também na internet. Naturalmente, a autora não se contentou com isso, como se vê pelas inúmeras entrevistas que realizou e os locais que visitou (algumas das quais aparecem no documentário que ela realizou). Mas quem tiver dúvidas, é só procurar na rede.
O endereço recomendado pela autora, onde ela disponibilizou os dados de sua pesquisa é: www.combat-monsanto.org"




quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Para que o Brasil não se torne a Argentina

O vídeo é uma reportagem sobre o conflito com os ruralistas na Argentina e como o atual modelo da soja transgênica está prejudicando as populações rurais. Vale a pena assistir.



Para saber mais, acesse o site do Partido Pirata Argentino.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Artic Sunrise: próxima parada Recife ( É Agora ou Agora - 4)

O navio do Greenpeace já passou por Fortaleza e a próxima parada é Recife.
Em Fortaleza, o tema principal foi energia eólica. Em Recife, os dias de visitas serão 14 e 15 de fevereiro.
Para saber mais: Greenpeace

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Visitante ilustre

Dia 03/02/2009 um visitante ilustre acessou o blog, o IP da máquina vinha da Monsanto de Saint Louis, EUA. O programa de estatísticas, o Sitemeter, mostrou que os termos procurados no google foram: "preço roundup". Abaixo, as imagens:

Quero aproveitar a visita para indicar o artigo Food security ang global warming: Monsanto versus Organic (Segurança Alimentar e Aquecimento Global: Monsanto versus Orgânico) - Agricultura orgânica vence milho geneticamente modificado para aumento de temperatura do aquecimento global.
A conclusão do artigo é (tradução livre): "O futuro da segurança alimentar face ao aumento da temperatura não pode ser baseado num sistema de lucros e pesquisa que não atendem as reais necessidades dos produtores. Nós precisamos de soluções reais que capacitarão os agricultores a manter e aumentar as produções com aqueles materiais e técnicas já disponíveis e com um mínimo custo extra: esterco animal, aumento de oportunidades de irrigação, composto, sistemas de manejo integrado de pragas. A agricultura orgânica reduz, minimiza e se adapta aos impactos da mudança do clima, mantendo acessíveis os bilhões de produtores da agricultura familiar e de subsistência no mundo todo. Se nós realmente queremos lutar contra a crise dos alimentos, vamos começar a investir e promover a produção orgânica HOJE, para garantir melhor adaptação ao clima no futuro."

Artic Sunrise se despede de Belém (É Agora ou Agora 3)

O navio do Greenpeace, o Artic Sunrise, já saiu de Belém e dia 6 chega a Fortaleza. O objetivo será a discussão sobre energias renováveis, principalmente a eólica, a carcinicultura (criação de camarão) e a proteção de área marinhas.
Para saber como foi a passagem do navio por Belém, é só acessar o site do Escriba
Conhecer os objetivos e o calendário, acesse o blog da expedição e o site do Greenpeace.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

EUA querem bloquear importação de transgênicos criados em outros países

Um artigo na New Scientist chama a atenção para a nova política de transgênicos nos EU. Abaixo, tradução livre de um trecho:
"Depois de mais de uma década exportando suas culturas geneticamente modificadas para o mundo, os EUA estão se preparando para bloquear a entrada de comida geneticamente modificada do resto do mundo...
O aviso foi dado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA): a menos que o desenvolvimento de plantas e animais transgênicos seja monitorado de perto, o USDA pode não permitir a entrada de potenciais plantas ou animais transgênicos que ameacem a segurança alimentar da nação.
não ogm transgenicoEm 2006, a Organização Mundial do Comércio (OMC) deu parecer favorável aos EU, na discussão de que as normas de regulamentação de culturas GM da União Européia eram anti-livre comércio."


É muito interessante como os EU fazem negócio. Primeiro, "enfiam" os OGM s no mundo todo, seja judicialmente (quebrando normas e acusando os países) ou através de contaminações. Depois, não querem que os transgênicos de outros países (isto é, de outras empresas que não as suas famosas multinacionais) façam o mesmo com eles. Será que a OMC também vai acusá-los de anti-livre comércio?