quinta-feira, 3 de junho de 2010

Brasil é destino de agrotóxicos banidos no exterior

Abaixo reportagem da Agência Estado sobre o uso de defensivos no Brasil.

Campeão mundial de uso de agrotóxicos, o Brasil se tornou nos últimos anos o principal destino de produtos banidos em outros países. Nas lavouras brasileiras são usados pelo menos dez produtos proscritos na União Europeia (UE), Estados Unidos e um deles até no Paraguai. A informação é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com base em dados das Nações Unidas (ONU) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Apesar de prevista na legislação, o governo não leva adiante com rapidez a reavaliação desses produtos, etapa indispensável para restringir o uso ou retirá-los do mercado. Desde que, em 2000, foi criado na Anvisa o sistema de avaliação, quatro substâncias foram banidas. Em 2008, nova lista de reavaliação foi feita, mas, por divergências no governo, pressões políticas e ações na Justiça, pouco se avançou.

Até agora, dos 14 produtos que deveriam ser submetidos à avaliação, só houve uma decisão: a cihexatina, empregada na citrocultura, será banida a partir de 2011. Até lá, seu uso é permitido só no Estado de São Paulo.

Enquanto as decisões são proteladas, o uso de agrotóxicos sob suspeita de afetar a saúde aumenta. Um exemplo é o endossulfam, associado a problemas endócrinos. Dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que o País importou 1,84 mil tonelada do produto em 2008. Ano passado, saltou para 2,37 mil t. "Estamos consumindo o lixo que outras nações rejeitam", resume a coordenadora do Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacológicas da Fundação Oswaldo Cruz, Rosany Bochner.

O coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Rangel, admite que produtos banidos em outros países e candidatos à revisão no Brasil têm aumento anormal de consumo entre produtores daqui. Para tentar contê-lo, deve ser editada uma instrução normativa fixando teto para importação de agrotóxicos sob suspeita. O limite seria criado segundo a média de consumo dos últimos anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Batata, Milho MON 810, Europa e Laranja transgênica

Na Europa, após a aprovação da batata transgênica da BASF, as oposições tomaram a voz:

A França já havia invocado os riscos ambientais para suspender o plantio do milho MON 810 da Monsanto, o qual foi a única cultura GM aprovada para plantio na União Européia antes da aprovação desta semana da batata Amflora da BASF.

O Secretário de Estado do governo francês, Chantal Jouanno, disse que a Agência de Segurança Alimentar Européia (EFSA, em inglês), cujas opiniões são usadas por executivos da União Européia, tem igonorado os efeitos ambientais dos organismos geneticamente modificados (GMOs).
O Jornal Francês Le Parisien informou: " Nós não reconhecemos eles [a comissão europeia] como especialistas [em impactos causados pelos OGMs] porque as suas opiniões são incompletas" e continua "eles [a comissão europeia] estão somente interessados nas consequências dos OGMs ao nível da saúde, não tomam em consideração os impactos ambientais no longo prazo" e citou como exemplos a contaminação 
do solo e os efeitos adversos em outras espécies."
Ainda sobre a aceitação dos países europeus à aprovação dos OGMs pela Comissão Européia,o Blog do Greenpeace publicou:

Ativistas plantam os dizeres “Livre de Transgênicos” na Suiça
"Derrotas em série para os transgênicos pelo mundo. Pouco tempo depois da Comissão Europeia aprovar a Amflora, espécie de batata transgênica, governos da Grécia, Áustria, Luxemburgo, Itália, Hungria e França anunciaram publicamente que não vão permitir a nova criatura em seus territórios. Agora, é a vez da Suíça ir além: o país baniu o cultivo de sementes geneticamente modificadas pelos próximos três anos. 

Entre os que apóiam a moratória estão os próprios fazendeiros suíços, que parecem ter brilhantemente entendido que o cultivo de transgênico prejudica aos que têm interesse em continuar cultivando sementes convencionais e até mesmo orgânicas, produto que têm alta aceitação no mercado europeu. A decisão é um soco no estômago do presidente da Comissão Europeia José Manuel Barroso, que vem tentando forçar os transgênicos goela abaixo dos países membros.

Por fim, um golpe de misericórdia. Mídia indiana comenta declaração da própria Monsanto, que em caso único em sua história, finalmente admite que sua tecnologia é falha. A multinacional que monopoliza a tecnologia de modificação genética de sementes, confirmou que a espécie de algodão inserida no país não elimina a necessidade do uso de pesticidas, como o prometido. Insetos e pragas na Índia desenvolveram resistência à semente. A notícia foi comentada pela coordenação de transgênicos do Greenpeace na Índia. (Leia aqui, em inglês)."


No Brasil, o centro de citricultura Sylvio Moreira solicitou à CTNBio testes a campo com laranjas transgênicas. As variedades teriam resistência ou forte tolerância ao cancro cítrico. Não apresentando resistência às piores doenças, que são o greening e a CVC.


Fonte: Reuters

segunda-feira, 8 de março de 2010

Hormônio de crescimento bovino ( rbBGH ou rbST)


Mais uma vez, o uso de produtos não autorizados e com riscos à saúde humana ocorre sem conhecimento da população. 

Já é antiga a polêmica em torno da segurança do hormônio transgênico de crescimento bovino (rbBGH ou rbST, nas siglas mais usadas em inglês), injetado em vacas para aumentar a produção de leite.

O produto foi desenvolvido pela Monsanto e é proibido na maioria dos países, mas livremente utilizado nos EUA e no Brasil, sem que o leite e os derivados informem isto nos rótulos. Em agosto de 2008 a Elanco, uma divisão da empresa farmacêutica Eli Lilly, comprou da Monsanto a marca (nos EUA o hormônio é vendido sob o nome Posilac) e os direitos sobre o produto.

Após adquirir os direitos sobre o hormônio, a Elanco tem se esforçado para convencer os processadores de leite e a indústria alimentícia em geral que o leite proveniente de vacas tratadas com o rbBGH é seguro. E teve papel central nesta campanha um documento encomendado pela empresa de relações públicas Porter-Novelli e assinado por oito proeminentes especialistas e acadêmicos da medicina e da zootecnia.

O relatório é baseado no famoso “argumento da autoridade”, ou seja, faz inúmeras afirmativas sobre a segurança do produto, mas sem apresentar provas consistentes para embasá-las. O documento foi lançado em julho de 2009 e desde então a Elanco o distribuiu amplamente.

Um dos “pontos altos” do relatório é quando ele afirma que “a segurança do consumo humano [do rbBGH] é endossada por mais de 20 organizações importantes de saúde dos EUA -- incluindo o National Institutes of Health (Institutos Nacionais de Saúde), a American Academy of Pediatrics (Academia Americana de Pediatria), a American Cancer Society (Sociedade Americana de Câncer), a American Medical Association (Associação Médica Americana) -- e internacionalmente -- incluindo a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a FAO (órgão das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura)”.

Recentemente um grupo de organizações da sociedade civil (1) divulgou um completo documento rebatendo as afirmações apresentadas pelos cientistas no relatório da Elanco -- sempre apresentando inúmeras referências para as contestações apresentadas.

Entre os principais problemas apontados, estão que: (1) muitas afirmações sobre a saúde humana e animal são simplesmente incorretas; (2) outras afirmações, embora não estejam tecnicamente incorretas, distorcem os fatos; (3) o relatório omite numerosos estudos científicos relevantes e documentos que contradizem as conclusões dos autores; e (4) citações listadas nas referências algumas vezes não confirmam argumentos apresentados no texto.
Mas a informação mais chocante no documento de contestação é a que desmente o apoio supostamente dado ao rbGH pelas organizações de saúde. São apresentadas informações que contradizem, caso por caso, a afirmação de que as organizações teriam endossado a segurança do hormônio transgênico.

American Medical Association (AMA), por exemplo, não só não tem posição oficial sobre o rbGH e não defende sua segurança, como também uma nota publicada no boletim da organização em abril de 2008 citava seu então presidente, Ron Davis, dizendo que “Hospitais deveriam (...) usar leite produzido sem hormônio transgênico de crescimento bovino”.

A ONG Bioscience Resource Project contatou vários dos autores do estudo da Elanco para esclarecer o caso. Alguns se recusaram a falar ou negaram qualquer problema no estudo. Um deles (David Clemmons, da Universidade de Carolina do Norte), entretanto, admitiu que a afirmação de que a Associação Médica Americana, a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Americana de Câncer teriam atestado a segurança do hormônio “tecnicamente não era verdadeira”. Segundo sua explicação, a ideia do estudo era mostrar que os argumentos das organizações médicas falhavam ao se oporem ao rbGH.

Segundo Rick North, da organização Oregon PSR (Médicos para a Responsabilidade Social, na sigla em inglês), “As numerosas afirmações falsas e distorções com relação às organizações que teriam afirmado a segurança do rBGH são apenas a ponta do iceberg. O relatório da Elanco é inteiramente permeado de informações enganosas e imprecisas, distorcendo a própria alegação sobre a segurança do produto”.

Trata-se, na verdade, de mais um exemplo de que a defesa da segurança deste e de vários outros produtos, como os agrotóxicos e o transgênicos em geral, tem sido feita com base em mentiras, estudos sem consistência e deturpação de dados. E órgãos governamentais como a CTNBio simplesmente carimbam, assinam em baixo, e tentam a qualquer custo nos fazer acreditar que não há riscos.

Um dado curioso a ser observado neste caso da Elanco é que um dos autores do famigerado relatório é brasileiro, professor de zootecnia da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), em Piracicaba. Seu nome é Dante Pazzanese Lana.

Vejam só as informações que o relatório da Elanco traz sobre ele:

“O Dr. Lana foi remunerado pelo seu envolvimento neste relatório sobre rbST, mas não possui ações da empresa Eli Lilly and Company. Ele declara receber financiamentos da Provimi, Elanco, Church and Dwight, Purina, Cargill, Louis Dreyfus, Phibro and FortDodge e de receber honorários por realizar conferências para Phibro, Tortuga, Provimi, Pfizer, Purina e Marca; nenhum destes financiamentos ou honorários são diretamente relacionados a pesquisa com rbST. Não foi relatado nenhum outro potencial conflito de interesse relevante para este artigo.”

Tudo isto foi dito com o intuito de garantir a isenção e a independência do autor em relação ao tema.

Aliás, o professor tem um currículo digno de representante da CTNBio! Quem aposta que em pouco tempo ele seja convidado a compor o colegiado?

(1) Cancer Prevention Coalition, Consumers Union, Oregon PSR e Institute for Agriculture and Trade Policy.

Fontes:

Itália contra os OGMs

Em Udine, na Itália, uma proposta di Lei regional anti-Ogm foi redigida por 40 associações agrícolas e ambientalista da região de Friuli Venezia Giulia, contra os efeitos da abertura comunitária ao cultivo de transgênicos. O anúncio foi feito pela WWF regional, o objetivo do projeto de lei é de "proteger a especificidade, a originalidade, a territorialidade da produção de alimentos e de consumo regional, além da garantia de segurança alimentar e da qualidade de vida dos cidadãos". 

De acordo com a WWF e as outras associações, "a hibridação genética determina uma perda de biodiversidade, contrastando com o princípio de segurança e de sustentabilidade ambiental, determinando uma inevitável diminuição da qualidade, com consequente impacto econômico negativo aos produtores de não-OGM.
A associação Coldiretti confirma que recorrerá a um referendo para manter fora da Itália os produtos geneticamente modificados. 
Aqui no Brasil, devemos lutar para que a CTNBio não tenha o poder de decidir sozinha sobre os transgênicos. É um absurdo a sociedade não ser ouvida.


Fonte: NewsFood,

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Pesquisa independente sobre milho ogm está sendo feita no Brasil

A reportagem abaixo foi retirada do site: Em Pratos Limpos.

"Pesquisa independente avaliará impactos ambientais do milho transgênico em Santa Catarina. A reportagem que segue foi publcada no Diário Catarinense em 22 de fevereiro, e destaca que os dados serão inéditos, fato que só reforça que essas sementes foram liberadas desrespeitando-se o princípio da precaução.
“A tecnologia foi legalizada, mas ainda é nebulosa”, avalia o coordenador da pesquisa professor Rubens Nodari.
Pesquisadores de SC estudam como a variedade Bt afeta o ambiente, os seres humanos e os microorganismos das lavouras
Um estudo pioneiro no Brasil sobre o milho geneticamente modificado está sendo conduzido nas lavouras catarinenses. Professores da Universidade Federal de SC (UFSC), técnicos da Cidasc e pesquisadores da Epagri estão visitando propriedades rurais de três regiões do Estado para mapear os efeitos do milho Bt no meio ambiente, em seres humanos e nos microorganismos presentes no solo das plantações transgênicas.
Para o pesquisador da UFSC Rubens Nodari, existe desconhecimento sobre o plantio de milho Bt no país. Apesar de a semente ter sido liberada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), ele acredita que critérios essenciais, como a segurança alimentar, ainda não foram esclarecidos.
A falta de dados motivou o estudo que reúne as três entidades. Ainda em estágio inicial, ele deve ser finalizado em cinco anos. Desde 2009, mais de 30 pessoas percorrem lavouras nas regiões de Canoinhas, no Planalto Norte, Chapecó, no Oeste, e Campos Novos, no Meio-Oeste, para conversar com produtores rurais sobre a lavoura do Bt.
– Na primeira fase, selecionamos as áreas da pesquisa e conversamos com os produtores. Temos de ter muita informação para, mais tarde, mapear os impactos da variedade no meio ambiente – diz o pesquisador.
O estudo está dividido em três eixos. O primeiro quer estabelecer se pode haver uma área de coexistência, sem contaminação, de três variedades: convencional, transgênica e agroecológica.
– A CTNBio recomenda a distância de cem metros da lavoura de milho Bt para a lavoura convencional ou de 20 metros desde que se usem as 10 linhas de uma bordadura de milho não-transgênico. Mas será que essas distâncias são suficientes para que a área convencional não se contamine? – argumenta Nodari.
Os pesquisadores recolherão amostras da lavoura convencional para saber se foi afetada pela transgênica. Nodari observa que, se for diagnosticada alguma interferência, as distâncias entre as três variedades de milho terão de ser alteradas.
O segundo eixo de pesquisa é a pulverização[sic; leia-se polinização]. Técnicos da Cidasc irão a campo para identificar se o vento polinizou amostras de milho Bt com o milho convencional.
O impacto das plantas geneticamente modificadas nos organismos que vivem nos arredores das plantas também será avaliado no estudo. Nodari lembrou que há registros de milho Bt que já sofreu ataques de lagartas, praga que, teoricamente, seria eliminada com a planta mais resistente.
A técnica da Cidasc Patrícia Barroso Moreira é uma das que foi a campo conversar com produtores.
– A participação deles no projeto é espontânea. Os agricultores também têm dúvidas e estão ansiosos para conhecer de fato o que estão plantando.
Apesar de o desconhecimento reinar na cadeia produtiva do milho Bt, a safra produzida neste ano ocupou 65% das lavouras catarinenses. No
próximo ano, a tendência é que a área aumente para 90% (18 mil hectares).
– A tecnologia foi legalizada, mas ainda é nebulosa. É um prato cheio para a ciência – justifica Nodari.
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FRANCINE CADORE | Campos Novos

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Soja não-geneticamente modificada ganhará certificação

A soja não transgênica ganhará certificação oficial. O mercado externo tem muita procura pela soja não-geneticamente modificada, pagando até um pouco a mais pela mercadoria. Será que os produtores não estão indo pelo caminho contrário ao plantar transgênicos?

As normas serão definidas pela ABNT, onde uma Comissão de Estudo Especial de Grãos Não Geneticamente Modificados está se formando. Esta é uma solicitação da Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), diante de uma demanda crescente por soja e milho diferenciados nos mercados interno e externo.
Serão normas técnicas específicas para a produção, transporte, segregação, rastreabilidade, armazenamento e beneficiamento de soja não geneticamente modificada, para garantir aos compradores nacionais e internacionais a origem e as especificações exigidas, de forma oficial, agregando valor ao produto.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Produtores entram na justiça contra a Monsanto

Os produtores não questionam o pagamento de R$ 0,44 por semente de soja transgênica, mas sim a cobrança sobre o total da produção no caso de a produtividade da lavoura ultrapassar 74 sacas por hectare ou produzir sua própria semente.
Além disso há uma multa de 2% sobre sua produção de soja convencional caso o produtor não consiga evitar a mistura dos grãos transgênicos e não transgênicos dentro do armazém. 
Esses são problemas administrativos, e quanto aos problemas agronômicos que os produtores estão enfrentando? E quanto à resistência ao glifosato sob o cultivo da soja transgênica Roundup Ready, em mais de 60% das lavouras brasileiras?
De acordo com a Monsanto, este é um problema de “fenômeno natural” relacionado à capacidade de as plantas se adaptarem de uma geração para outra. 
"Essas plantas ameaçam anular as vantagens do produto, capaz de controlar mais de cem ervas que disputam energia com soja e milho. Os laboratórios não oferecem nenhuma alternativa química capaz de reverter sozinha a situação. Segundo os especialistas ouvidos pelo Caminhos do Campo, por mais que se apele aos herbicidas alternativos disponíveis no mercado, o remédio mais eficiente por enquanto é a rotação de culturas, a diversificação." Outra alternativa é  voltar à enxada...

CTNBio e o arroz nosso de cada dia

Muito bom o artigo de Geraldo Hasse, no Século Diário, lembrando a todos que este mês está marcada uma audiência para tratar do arroz transgênico da Bayer, LL62, resistente ao glufosinato de amônio. Atenção a este detalhe: nem entidades normalmente a favor dos transgênicos (como a Embrapa) e outras empresariais (Irga, Fedearroz) querem a liberação deste.
Mas qual o problema deste arroz? O principal problema é a resistência ao glufosinato de amônio. Este herbicida é usado para controlar o arroz vermelho, o principal mato do arroz. A preocupação é a transferência de resistência para o arroz vermelho que ocorrerá num futuro, comprometendo o controle desse mato.
O artigo fez bem em chamar a atenção a mais falsa promessa dos transgênicos: diminuir a quantidade de 
agrotóxicos. Nada mais mentiroso, principalmente quando confrontado com as quantidades compradas pelo Brasil.
Não só as atitudes da CTNBio são escandalosas, mas também a existência da mesma. É um absurdo uma só entidade ser "responsável" pela liberação ou não dos transgênicos. Ainda mais quando se analisa o histórico/currículo da maior parte de seus integrantes.
Muito bom o artigo!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Parece que o algodão transgênico não era assim tão transgênico...

Abaixo, tradução livre da reportagem da Ecotextile ao Laboratório Impetus. Parece que o algodão não era assim tão transgênico.
As amostras da C&A e da H&M têm grande chance de terem sido contaminadas acidentalmente com o nível aceitável de transgênicos (até 0,9%) dentro das normas orgânicas. A questão é... como que as mídias modificaram tanto assim os comentários do Dr. Lothar Kruse do Impetus? e por quê?
Será que foi uma tentativa de colocar em dúvida a produção orgânica.
Houve uma enorme quantidade de controvérsias e rumores no setor têxtil global depois que um relatório recente da FT alegou que as principais marcas européias que vendiam roupas certificadas orgânicas, mas que continham vestígios de organismos geneticamente modificados (GM ) de algodão da Índia. Algodão transgênico é proibido segundo as normas orgânicas. 
O ponto mais notável do relatório, informa que o Laboratório Impetus da Alemanha, disse que "30% das amostras que foram testadas apresentaram positivos para OGM." Quando entramos em contato com o Dr. Lothar Kruse do Impetus, que era a fonte para a citação acima, ele disse à Ecotextile Notícias, que era "necessário retificar algumas das afirmações que tenho lido em diferentes mídias. A maioria deles distorceram os fatos de seu contexto." 

Ele passou a dizer que o laboratório não tinha sido encomendado pelo jornal Financial Times Deutschland (FTD) para analisar os produtos de algodão da Índia, mas que era um trabalho diário. A maioria de suas amostras eram provenientes da indústria têxtil e de outros laboratórios que não são capazes de realizar esta análise. "Nós não sabemos a origem das amostras", disse ele. 
Dr. Kruse afirmou que cerca de 30% de todas as amostras "rotulados como 'orgânicos', 'verde' ou 'bio' tinham sido analisadas nos últimos cinco anos continham traços de modificação genética. "Mas - e isto é muito importante - eu também deixou claro que, muito provavelmente, estas amostras positivas foram "casos suspeitos ", e que esta elevada taxa não reflecte a realidade", disse ele.
Ele também confirmou que o laboratório tinha testado cerca de 500 amostras nos últimos cinco anos e que "o nível de OGM de aproximadamente 80% das amostras positivas foi inferior a 2%." É provável que a fraude deliberada renderia teores mais elevados de material OGM 

Ken Ross, CEO da US GM - laboratório de testes do Global ID Grupo concorda, "A grande questão para se perguntar é se 100% dos 30% do algodão era OGM ou 30% continham traços de OGM? Se fosse 30% de material contaminado com 0,1% de OGM, então este é geralmente aceito como razoável em padrões orgânicos." 
Existe uma cláusula nas Normas de Produção Orgânica e legislação da UE, que diz que um certo nível (0,9% para a UE) de "contaminação acidental 'com OGM é aceitável. No entanto, esta definição também é muito complexa.

Pós-descarroçamento
Curiosamente, cerca de metade das 500 amostras de algodão testadas pelo Impetus foram pós-descaroçamentoKruse diz que seu laboratório pode testar amostras de algodão por determinados OGM. Este está em um estágio muito mais tarde do que alguns na indústria têxtil esperado. "Nós somos capazes de extrair DNA de matérias-primas como fibras (algodão lavado, penteado, branqueado), fios e uma roupa muito poucos casos", disse ele à Ecotextile News, mas ressaltou que não é simples para extrair DNA de matérias-primas ou fibras de algodão processadas e que a extração de DNA (ou mesmo a detecção de modificações genéticas) de tecidos é a excepção e não a regra." 
"Desde que é nossa tarefa diária de lidar com o problema das substâncias inibidoras de co-extraídos com o DNA e sabemos que cada etapa de processamento irá reduzir a qualidade e quantidade de DNA 'adequado'  recomendamos aos nossos clientes para análise de amostras o mais cedo possível, ou seja, no início da cadeia de transformação ", afirmou Kruse. 
Heather Secrit, cientista sênior do Global Group ID: "Podemos detectar OGM em sementes de algodão ou em certos casos, em linters (fibras residuais aderidas à semente de algodão), mas geralmente não há vestígios de sementes de algodão ... onde o material genético está. Uma vez que as fibras tenham sido branqueadas, secas e processadas todos os vestígios do material genético das sementes serão perdidos."
Testar ou não testar?
Esta opinião foi partilhada por Lee Holdstock da Associação do Solo do Reino Unido."Laboratórios de testes de OGM concordam que as fibras processadas, particularmente aqueles sujeitos a calor ou processos químicos, não contém material suficiente de ácidos nucleicos para um resultado confiável. A fibra menos processada têm, a maior possibilidade para a detecção de GM. Portanto, se você deve testar para a GM, o método mais eficaz continua a ser o teste de sementes de algodão ". 


Holdstock também questiona se só os testes GM estão no caminho certo: "Se os produtores de algodão orgânico estão seguindo práticas orgânicas e verificavelmente não utilizam sementes geneticamente modificadas, então provavelmente regimes de testes de sementes são um encargo desnecessário para colocar no sistema." 
Mas ele disse que a confiança na produção e na entidade de fiscalização, contudo, não eliminam a possibilidade de contaminação acidental. "O algodão GM está agora espalhado e o risco de deriva de pólen é real. Potencial para este tipo de contaminação destaca como importante é que o movimento orgânico define claramente o que constitui um teste pertinente e qual o nível de resultados positivos para fraude ou imperícia ", concluiu. 


sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Linha orgânica da H&M e C&A está contaminada com algodão transgênico

"A C&A e a Tchibo tiveram suas roupas com algodão orgânico contaminadas com algodão transgênico da Índia, de acordo com a edição alemão do Financial Times.
Cerca de 30% das amotras continham algodão transgênico, informou Lothar Kruser, um diretor da Impetus, um laboratório independente em Bremerhaven, que analisou o algodão em questão. O algodão transgênico foi trazido da Índia, a qual é responsável por mais da metade do suprimento de algodão orgânico global, com uma exportação de aproximadamente 107.000 toneladas da fibra em 2009, segundo o Organic Exchange.
Contudo, Sanjay Dave, a chefe da autoridade agrícola da Índia, Apeda, informou o jornal que a fraude ocorreu em uma "escala gigantesca" e as multas foram emitidas para as entidades certificadoras como a EcoCert e Control Union.
Mas quem culpar?
Com a difusão das culturas biotecnológicas em todo o mundo, a polinização cruzada com orgânico não é inédito. A culpa, no entanto, pode cair em cima das marcas e em seu acompanhamento inadequado das suas cadeias de abastecimento no exterior."As cadeias de moda não eram vigilantes o suficiente", Monika Buening da Agência Federal das Cadeias de Consumo, disse ao jornal Frankfurter Rundschau, acrescentando que tanto a H&M e a C&A precisam agir o mais rápido possível para minimizar os danos.

Um porta-voz da H&M disse à AFP que teve conhecimento do problema no ano passado e admitiu que o algodão GM poderia ter "escorregado" em coleções orgânicas. A C&A, entretanto, informou estar investigando o assunto.

Em um email para a Ecouterre,um representante da H&M insiste que a companhia não tem razão para acreditar que o algodão orgânico tenha sido cultivado com sementes GM.c
A entidade Control Union continua conduzindo auditorias em todas as propriedades de algodão orgânico certificadas da Índia. "Nenhuma das propriedades usaram sementes GM"."

CTNBio é criticada no Fórum Social Mundial

O Fórum Social Mundial (que ocorre em Porto Alegre) teve como tema nesta terça-feira as plantações transgênicas.
"De acordo com o pesquisador e ex-representante do Ministério do Meio Ambiente na CTNBio, Rubens Nodari, as decisões da CTNBio (órgão responsável por liberar e fiscalizar os organismos geneticamente modificados) ignoram estudos científicos. É o caso da norma que determina uma distância de 100 metros entre lavouras convencional e transgênica, o que é pouco para evitar a contaminação dos grãos.
“Isso cientificamente já está provado, há muito tempo, que um grão de pólen pode viajar desde 1 metro até 6 km. Então, cientificamente, a norma da CTNBio não tem a menor base. Ela [a norma] sustenta a estratégia das grandes empresas de trazer estas tecnologias para o país sem nenhum problema e ainda lapidado por normas insuficientes e vergonhosas do ponto de vista científico"."
Para saber mais acesse: Pratos Limpos

Produtores de Sinop avaliam acionar na justiça a Monsanto

Reportagem do Diário de Cuiabá mostra como produtores lidam com a cobrança de royalties da Monsanto. É necessário pagar 2 vezes. Uma na compra, cerca de 30% do preço da safra e outra na venda, onde é feito um teste para saber se a soja é transgênica ou não. Contudo, produtores que têm sua lavoura contaminada também são obrigados a pagar. Interessante... não deveria ser ao contrário? a Monsanto pagar pela contaminação da lavoura do produtor? 
Até quando os produtores irão querer plantar transgênicos, sendo que só têm a pagar e nada a ganhar?

Abaixo um trecho da reportagem. Para ver a reportagem completa entre no Diário de Cuiabá.
"A guerra dos produtores mato-grossenses à Monsanto – multinacional detentora da tecnologia de sementes transgênicas da soja, conhecida como RR (Roundup Ready) – está declarada. Depois de esgotadas todas as tentativas de diálogo com a empresa, os produtores já pensam em acionar a Justiça. Em Cuiabá, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja) prepara ação judicial contra a Monsanto. E, em Sinop (500 Km ao Norte de Cuiabá), os produtores também estudam entrar na Justiça contra a empresa. 
... SINOP - Depois de várias conversações, sem resultado, o Sindicato Rural de Sinop estuda propor ação contra a Monsanto. Atualmente, cerca de 50% das lavouras da região Norte de Mato Grosso são cultivadas com variedades transgênicas. Estas se diferenciam das convencionais por serem tolerantes à herbicida à base de glifosato, usado para dessecação pré e pós-plantio, para eliminar qualquer tipo de planta daninha. 
... O presidente do Sindicato, Antônio Galvan, explicou que são feitas duas cobranças. A primeira delas na compra da semente, por meio de boletos. “Em janeiro, eles cobraram R$ 0,45 cada quilo de semente, o que equivale a cerca de 30% do preço da saca”. 
... O principal questionamento é quanto a segunda cobrança, que é feita na saída do produto. Ao chegar nos armazéns, o grão passa por um teste que vai apontar se é transgênico ou não. "O problema ocorre porque, em muitos casos, a oleaginosa convencional é contaminada e os produtores acabam tendo que pagar os royalties sem ter adquirido sementes transgênicas". "
Isso ocorre tanto na lavoura, por meio de polinização ou na hora do plantio, quanto na hora de estocar a safra. “Se tiver uma lavoura de soja transgênica ao lado de uma convencional, na época da florada, pode ocorrer a polinização. Se as máquinas, na hora do plantio, não forem bem limpas e ficar algumas sementes de transgênicos, também pode haver a contaminação. Desta forma, na hora dos testes, são consideradas transgênicas”. "

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Curitiba tem o 1º mercado público de orgânicos


"O primeiro mercado público de produtos orgânicos do país foi inaugurado no início deste ano na capital paranaense. A partir daí, começou uma nova fase na comercialização de produtos agrícolas e agroindustriais diversificados, onde certificação é a palavra-chave, diz o diretor-geral da Secretaria Estadual de Abastecimento, Luiz Gusi. 
Todo o circuito de comércio dentro desse mercado tem certificação orgânica: uma para os produtos e outra para as lojas. “O nosso controle reforça e garante a procedência de produtos industrializados e naturais, além de certificar o espaço onde eles são comercializados.” A Rede Ecovida de Agroecologia, que atua nos três estados da Região Sul, é uma das principais certificadoras.


No projeto, consta a capacitação de técnicos e estudantes para atuar como consultores e auditores, fazer acompanhamento, análise e avaliação de estudos de caso de unidades familiares de produção orgânica. Orçado em R$ 2,5 milhões, o projeto prevê, ainda, a criação da Rede Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos.
De acordo com Gusi, o mercado oferece mais de mil tipos de produtos sem agrotóxicos e aditivos químicos. 
O mercado foi construído com recursos da prefeitura de Curitiba e do Ministério do Desenvolvimento Agrário. O custo total foi de R$ 2,51 milhões".
Para saber mais acesse a Agência Brasil.

Michelle Obama comemora aniversário em restaurante orgânico


"O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, organizou uma festa surpresa para a mulher Michelle no último sábado (16). A primeira-dama, que completa 46 anos neste domingo, foi levada para um jantar de aniversário em um famoso restaurante orgânico de Washington. Ela chegou ao Nora sem as filhas, Malia e Sasha, com um vestido preto de manga comprida e sentou em uma mesa ao lado de parentes e amigos.
O Nora, que se descreve como o primeiro restaurante orgânico certificado dos Estados Unidos, tem um menu do chef de R$ 117 (cerca de US$ 66)."

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Americanos querem ensinar italianos a "comida saudável"!

Os Americanos acham que podem ensinar os Italianos a se alimentarem bem. De acordo com o artigo que saiu na Agrimoney.com a Itália é o "ponto fraco das defesas européias anti-GM".

O artigo é um absurdo, diz que os italianos não são tão contra a biotecnologia como é dito. Aliás, 65% dos italianos apoiam a biotecnologia e o vaticano concorda que as culturas transgênicas são um caminho para diminuir a fome na África (!!!).

Como resposta a esse artigo, a ONG GM-Free Ireland mostra que Cynthia Barmore, citada no artigo da Agrimoney, na verdade é do Depto de Agricultura dos Estados Unidos, e é autora do artigo "How to Influence EU Public Opinion about Agricultural Biotechnology" (Como Influenciar a Opinião Pública Européia sobre a Biotecnologia na Agricultura). Além disso, citam que o artigo é um insulto à democracia italiana, aos produtores europeus e aos consumidores.

Abaixo, o primeiro artigo é o da Agrimoney, seguido pelo maravilho artigo da ONG GM-Free Ireland (que vale muito a pena ler).

"Italy is 'weak point' of EU's anti-GM defences"
"Italy is the Achilles heel of the campaign to maintain Europe's defences against genetically modified crops, a US report has said, adding that the region's consumers are not as opposed to the technology as is portrayed.
With 65% of Italians supporting biotechnology, and the Vatican a "vocal advocate" of GM crops as a way of easing hunger in Africa, the country was a "good place to start" a campaign to "educate" Europeans about GM crops.
"Italy may present uniquely valuable opportunity for improving public opinion about biotechnology in the EU," her report said.
Engaging Italy's consumers in the biotechnology debate could help battle the "minority composed of fringe groups and government officials [which] are responsible for Italy's ban on biotech crops and food", Cynthia Barmore, US Department of Agriculture attaché in Rome, said.
'Misperception'
Indeed, Europeans as a whole "may not be as intractably negative as it is often portrayed" about GM foods, the briefing added, quoting 2005 research.
"In fact, public opinion is fairly divided," Ms Barmore said.
"Part of the misperception about European public opinion is the disproportionate attention paid to fringe activists who are not representative of the general public.
"Most Europeans have heard of biotechnology, but they are not activists and their opinions are not very strong."
Price factor
The task of winning government consents to at least sell GM foods in retailers, rested in part on the battleground chosen, with arguments on environmental and pesticide considerations more likely to bear fruit than those based on value for money.
"When price becomes the salient factor, Europeans may believe the price comes at the expense of quality or safety," the report said.
Doctors and academics may prove more effective advocates than government or industry figures.
America is home to some of the world's biggest GM seeds group, including Dow Chemical, DuPont and Monsanto. European rivals include Germany's Bayer and, outside the EU, Switzerland's Syngenta."
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COMMENT FROM GM-FREE IRELAND

19 January 2010:
http://www.gmfreeireland.org/news/index.php

This article refers to a report published last week by the US Department of Agriculture attaché in Rome, Cynthia Barmore, with the revealing title "How to Influence Public Opinion about Agricultural Biotechnology" [1].

Insult to European democracy

The report is an insult to Italian democracy, and to European farmers, food producers, retailers and consumers. It is also riddled with misinformation which AgriMoney.com failed to correct.

The USDA describes Italians who oppose GMOs as a "minority composed of fringe groups" and talks of the need for the US to "educate" Italian consumers about food!

The anti-GM "fringe groups" which the USDA hopes to educate include:

  • The Italian Government, whose Minister for Agriculture, Luca Zaia [2] said "A new ethics for agriculture is needed if we truly want to feed the world. My opposition to GMOs is well-known, in fact I do not believe that they are the solution to the hunger problem. We are with the farmers and always with those who work." [3]

  • 16 of Italy's 20 Regional Governments - together with 41 provinces and 2,446 municipalities - that have declared themselves as GMO-free zones; [4]

  • Italy's main farming union Coldiretti, with 18 regional federations for 98 provinces, 765 area offices, 9,812 sections, and over 568,000 farms; [5]

  • Italy's biggest retailer, CoopItalia; [6]

  • leading Italian food brands that have adopted GM-free supply chains such as the giant meat and poultry producer BovinMarche [7], Amadori (one of Europe's biggest producers of chicken and turkey) [8], and the poultry producer Fileni; [9]

  • the national multi-stakeholder initiative ItaliaEuropa Liberi da OGM [10] involving 28 organisations representing farmers, large distribution, small and medium sized businesses, consumer, environmental, scientific, cultural and international cooperation interest groups opposed to GM food and farming. During two months in 2007, ItaliaEuropa organised a National Consultation on GMOs which collected 3 million votes against GMOs; [11]

  • the University of Gastronomic Sciences [12], a government-backed international research and education centre for the renewal of farming methods, the protection of biodiversity, and the development of an organic relationship between gastronomy and agricultural science;

  • Slow Food International [13], the Italian-based globally influential eco-gastronomic network which campaigns for good, clean, fair and GM-free food and farming with 100,000 members in 132 countries - whose founder Carlo Petrini was described by the UK's Guardian newspaper as one of the "50 people who could save the planet."

USDA wrong about the facts

The USDA report describes a Eurobarometer survey from 2005 as "the most recent data" on EU public opinion towards agricultural biotechnology, and claims that 65% of Italians "support biotechnology".

In reality, Eurobarometer's most recent survey on GMOs was published in 2008: it found that 58% of Europeans - incuding 55% of Italians - are "personally opposed" to GM food and farming, while only 21% support their use [14]. The most recent Italian survey - carried out by Coldiretti-SWG in 2009 - found that 63% of Italian consumers believe that GM foods are less healthy than traditional foods, up from 52% in 2003. [14]

The report's claim that most Italians "support biotechnology" is also misleading, because the vast majority of Europeans have no objection to non-GM biotechnology applications such as Marker Assisted Selection (MAS) of beneficial crop traits, and the production of insulin and other medicines from the contained use of GM bacteria in sealed vats in biosecure laboratories. No objection to these forms of biotech does not indicate support for GM crops!

Vatican not in favour of GMOs

The USDA's claim that the Vatican is a "'vocal advocate' of GM crops as a way of easing hunger in Africa" is sheer propaganda that was first disseminated after GM industry-funded scientists infiltrated an organisation called the Pontifical Academy of Sciences in a failed attempt to convice the Vatican to endorse GM farming in 2009. [15]

Unless its diplomats are utter idiots, the USDA and the US embassy in Rome must surely know that the Pontifical Academy does not represent the views of the Vatican. Vatican policy can only be declared by the Pope, the Secretary of State, or the Pontifical Council for Justice and Peace, and none of these bodies have ever given the Vatican's endorsement to GM food and farming.

Far from endorsing GMO's, Pope Benedict XVI has stated "The campaign to promote GM sowing, that pretends to grant food security [...] risks to ruin small farmers and to suppress their traditional crops, making them dependent on GM production companies" [16]. The Pope reiterated this view on 1 January 2010 when he expressed his support for "suitable strategies for rural development centred on small farmers and their families" [17]. The official Instrumentum Laboris (agenda) of the Synod of Bishops' Second Special Assembly for Africa held on 3-4 October 2009 makes this opposition to GM crops explicit:

"Farm workers, on whom a great part of the African economy depends, are victims of injustice in marketing their products. They are often paid a very low price for their goods. Paradoxically, in some parts of Africa, the cost is even set by the buyers themselves. Populations already suffering from a disadvantage are thereby further impoverished. The seeding campaign of proponents of Genetically Modified Food, which purports to give assurances for food safety, should not overlook the true problems of agriculture in Africa: the lack of cultivatable land, water, energy, access to credit, agricultural training, local markets, road infrastructures, etc. This campaign runs the risk of ruining small landholders, abolishing traditional methods of seeding and making farmers dependent on the production companies of OGM [i.e. GMOs]". [18]

Scientific evidence of GM health risks

The claim that "Doctors and academics may prove more effective advocates [for GMOs] than government or industry figures" reflects the US Government's ignorance of science.

Medical and scientific groups and NGOs which have raised the alarm over the health dangers of GM feed and food include the Committee for Independent Research and Information on Genetic Engineering (CRIIGEN), Consumers International, the Union of Concerned Scientists, the International Commission on the Future of Food and Agriculture, the Independent Science Panel on GM, the African Centre for Biosafety, the Indian Research Foundation for Science, Technology and Ecology, the US Centre for Food Safety, the Canadian ETC Group, the British Institute of Science in Society, the German Foundation on Future Farming, the Norwegian Institute of Gene Ecology, Greenpeace, Friends of the Earth, GeneWatch, GM Watch, GM Free Cymru, GM-free Ireland, numerous other NGOs and university scientists around the world.

Despite suppression of scientific research and cover-ups by Monsanto and other agribiotech companies [19], at least 50 scientific papers have already reported on the health dangers of GM animal feed and food [20], including the hidden use of GM feed for the production of meat, poultry, eggs, fish and dairy produce that is still sold in the EU without a GM label to inform consumer choice [21]. As Prof Gilles-Eric Séralini of CRIIGEN points out, if the industry's secret risk assessment data on the health dangers of GMOs held by the European Food Safety Authority were made available for scientific peer review, all GM feed and food would be withdrawn from the market immediately. [22]

References

1. "How to Influence Public Opinion about Agricultural Biotechnology", USDA Foreign Agricultural Service, GAIN report number IT1003, prepared by Cynthia Barmore, Rome Italy:http://gain.fas.usda.gov/Recent%20GAIN%20Publications/How%20to%20Influence%20EU%20Public%20Opinion%20about%20Agricultural%20Biotechnology_Rome_Italy_1-11-2010.pdf

2. See Luca Zaia's profile on Wikipedia at http://en.wikipedia.org/wiki/Luca_Zaia and his website athttp://www.lucazaia.it/en/

Zaia refuses to allow GM field trials of GM crops in Italy. He has strongly criticised the EU Commission's recent approval of Syngenta's new GM maize, and stated that GMOs are "not the solution" to world hunger at the recent FAO summit http://www.lucazaia.it/en/index.php?newsId=c4b7dc8a178bf07e992f312628a3487c&page=1 . The author of the USDA report, Ms. Blackmore, can not have been unaware of Minister Zaia's anti-GM policy, since it was reported by her own USDA Foreign Agricultural Service GAIN report "Agricultural News for Italy and the EU" of 12 January 2010:http://gain.fas.usda.gov/Recent%20GAIN%20Publications/Agricultural%20News%20for%20Italy%20and%20the%20EU%20-%20December%202009_Rome_Italy_1-12-2010.pdf.

3. "Waiting for G8: Farmers union, Zaia to speculators: keep your hands off agriculture", 19 March 2009: http://www.lucazaia.it/en/index.php?newsId=2575f31deee3042f5d3cdf0b46166de1&page=2

4. For details of GM free zones in Italy, see http://www.gmo-free-regions.org/gmo-free-regions/italy.html

5. Coldiretti http://www.coldiretti.it

6. CoopItalia http://www.e-coop.it adopted a GM-free policy in 1997 and uses its own "NO OGM" GM-free label. Its policy "OGM in agricoltura. Le ragioni di chi dice NO. (GMOs in agriculture : Reason says NO) states that CoopItalia banned GMOs from its own brand products in 1998, and monitors its GM-free guarantee via two independent certification bodies.

7. BovinMarche http://www.bovinmarche.it

8. Amadori http://www.amadori.it/_vti_g2_home.asp?rpstry=14

9. Fileni http://www.fileni.it The company's policy states: "Our label clarifies one of the issues that most preoccupies consumers: None of our chickens or turkeys was fed on GM feedstuffs."

10. ItaliaEuropa Liberi da OGM http://www.liberidaogm.org. Members include Acli, Adiconsum, Adoc, Adusbef, Agci Agrital, Aiab, Alpa, Assocap, Avis, Cia, Cic, Città del Vino, Cna, Codacons, Coldiretti, Confartigianato, Consorzio del Parmigiano Reggiano, Coop, Copagri, Fedagri, Federconsumatori, Focsiv, Fondazione Diritti Genetici, Greenpeace, Legacoop Agroalimentare, Legambiente, Libera, Res Tipica, Slow Food Italia, Unci, Vas, and WWF.

ItaliaEuropa leaflet (in English):
http://www.gmo-free-regions.org/fileadmin/files/gmo-free-regions/italia_europa_leaflet.pdf

11. Description of the National Consultation:
http://www.gmo-free-regions.org/fileadmin/_temp_/italia_europa_description.pdf

Responsible Science for Sustainable Food appeal:
http://www.gmo-free-regions.org/fileadmin/files/gmo-free-regions/italia_europe_science_appeal.pdf

12. "I valori dell'agroalimentare italiano", (Values of Italian agri-food sector), report on a survey of 1,600 Italian households in October 2009: http://multimedia.coldiretti.it/Raccolta%20Documenti%20Forum%20Cernobbio%202009/Rapporto%20Coldiretti-Swg2009.ppt, PowerPoint presentation by Coldiretti at the VIII International Forum of agriculture and feeding, 16-17 October 2009, Villa D'Este, Cernobbio, Italy http://multimedia.coldiretti.it/Lists/Cernobbio/AllItems.aspx

12. The University of Gastronomic Sciences http://www.unisg.it/welcome_eng.lasso was founded in 2004 by Slow Food (see below) in cooperation with the Italian regions of Piedmonte and Emilia-Romagna. It is a ministerially recognized, private non-profit international research and education centre for those working on renewing farming methods, protecting biodiversity, and building an organic relationship between gastronomy and agricultural science.

13. Slow Food International http://www.slowfood.com/ is also the organiser of the Terra Madre Network http://www.terramadre.info which comprises 250 universities and research centres, including 450 individual academics throughout the world collaborating to protect and support small food producers, and to change the systems that put them in danger by bringing together those players with decision-making power: consumers, educational institutions, chefs and cooks, agricultural research entities, NGOs, etc.

14: "Special Eurobarometer 295: Attitudes of European Citizens toward the Environment" (published in March 2008): http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_295_en.pdf.Extract: "The majority of Europeans declare that they are opposed to the use of GMOs (58%) while around a fifth (21%) supports their use. A further 9% say they have never heard of GMOs. At country level we see that the absolute majority in most countries are opposed to the use of GMOs. This is particularly the case in Slovenia (82%) and Cyprus (81%). Respondents in Malta, Portugal and Spain hold the mildest opinions in this respect which is mainly explained by the high share of respondents in these countries spontaneously admitting that they have never heard of the concept or do not form an opinion for or against."

15. As the US National Catholic Reporter points out, the Pontifical Academy of Sciences is "a think tank that does not issue authoritative church teaching" http://ncronline.org/news/ecology/vatican-studies-genetically-modified-crops. In May 2009, the Academy organised a study week in the Vatican on the theme "Transgenic Plants for Food Security in the Context of Development." According to the UK watchdog group Spinwatch, the event was a "charade by vested interests" and a total farce", whose speakers are "all GMO supporters, with many well known for their extreme pro-GMO views or having vested interests in GMO adoption." A May 13 release from the group asserts that several speakers have financial ties to Monsanto, an American agricultural company that is the world's largest producer of genetically engineered seed: http://www.spinwatch.org/-articles-by-category-mainmenu-8/46-gm-industry/5283-spinwatch-condemns-vatican-gm-event-as-a-charade-by-vested-interests

16. Statement by Pope Benedict XVII in "Instrumentum Laboris", quoted in "When biotech business undermines science: the case of the Pontifical Academy of Sciences", press release by Guido Pollice, President of Verdi Ambiente e Società, and Fabrizia Pratesi, coordinator of Comitato Scientifico Equivita, 13 May 2009: http://www.antivivisezione.it/Academy_ignores_message_of_Pope.htm

17. "Message of His Holiness Pope Benedict XVI for the Celebration of the World Day of Peace, 1 January 2010": http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/peace/documents/hf_ben-xvi_mes_20091208_xliii-world-day-peace_en.html

18. "Agenda (Instrumentum Laboris) for the Second Special Assembly for Africa of the Synod of Bishops", 3-4 October 2009: http://www.jctr.org.zm/downloads/2ndsynodInstrumentum%20Laboris.pdf

19. "Do Seed Companies Control GM Crop Research? Scientists must ask corporations for permission before publishing independent research on genetically modified crops. That restriction must end". Scientific American, Editorial, August 2009 edition, published 21 July 2009:http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=do-seed-companies-control-gm-crop-research

20. A useful check-list of scientific papers on the health dangers of GM feed and food can be found at http://www.gmfreeireland.org/health/studies.php

"Genetic Roulette: The Documented Health Risks of Genetically Engineered Foods" by Jeffrey M. Smith Publisher: Yes! Books; hardcover; 336 pages;; available by mailorder fromhttp://www.GeneticRoulette.com.

"Effects of GMOs and pesticides systematically underestimated CRIIGEN appeal to public authorities, July 2009" Committee for Independent Research and Genetic Engineering:http://www.criigen.org/images/stories/pressrelease-ijbs_080709.pdf

21. For info on the hidden use and dangers of GM animal feed, see the following:

Leaked memo from the US Deparment of Health & Human Services revealing concerns by the US Food and Drug Administration's Center for Veterinary Medicine that toxins from GM foods might bioaccumulate in farm animals, and the related lawsuit that forced the FDA to disclose some of its secret documents on the dangers of GMOs: http://biointegrity.org/list.html.

"Detection of Transgenic and Endogenous Plant DNA in Digesta and Tissues of Sheep and Pigs Fed Roundup Ready Canola Meal", Sharma, R. et al., J. Agric. Food Chem., Vol. 54, No. 5, 2006, pp. 1699-1709;

"Assessing the transfer of genetically modified DNA from feed to animal tissues", Mazza, R. et al., Transgenic Res., Vol. 14, No. 5, 2005, pp. 775-784.

"Detection of genetically modified DNA sequences in milk from the Italian market", Agodi, A., et al., Int. J. Hyg. Environ. Health, Vol. 209, 2006, pp. 81-88 .

22. "Three Major GMOs Approved for Food and Feed Found Unsafe". Press release, CRIIGEN - Committee of Research and Information on Genetic Engineering [France], 11 December 2009:http://www.criigen.org/images/stories/pressrelease-3ogm-ijbs_1209.pdf

"A Comparison of the Effects of Three GM Corn Varieties on Mammalian Health", Int J Biol Sci 2009; 5(7), 706-726: http://www.biolsci.org/v05p0706.pdf

"New Report highlights Monsanto's corrupt science in GM canola [oilseed rape] assessment", Dr Brian John, GM Free Cymru [Wales, UK], 14 January 2010: http://www.gmfreecymru.org/pivotal_papers/canola.html